Quando Frodo Bolseiro oferece o Um Anel para a rainha de Lórien, ela o nega e diz: “Diminuirei, irei para o Ocidente e continuarei a ser Galadriel”.
Mas, quem é Galadriel?
Sua origem remonta o início de tudo, antes da ascensão do sol e da lua, quando as estrelas eram os únicos astros a iluminar o céu de Arda, e tudo que existe, existiu e existirá dormia na penumbra. Quando os Quendi (Elfos) despertaram no oriente do mundo, os Valar (deuses) os convidaram para fazer moradia no Reino Abençoado – um Continente situado no Extremo Ocidente – e , fascinados pela beleza e apoteose dos Poderes de Arda, eles empreenderam uma grande viagem até a costa Oeste da Terra Média.
Três grandes “espécies” de elfos migraram para o ocidente: os Vaynar (os louros), os Noldor (os sábios) e os Teleri (os cantores).
O rei supremo dos Noldor era Finwë, que se casou duas vezes; seu primeiro filho foi Fëanor. Altivo e orgulhoso, Fëanor fabricou as três joias mais belas da terra: As Silmarills. Finwë, no segundo casamento (casou-se com Indis, que era da espécie do Vaynar) teve dois outros filhos; Fingolfin e Finarfin. Quando o Alto Rei dos Noldor foi morto e as Silmarills foram roubadas por Melkor (Valar corrompido), Feanör, herdando a coroa de seu pai, inicia uma rebelião contra os Valar e jura vingança contra toda humilhação e sofrimento que passou. Seus irmãos, vassalos da coroa, juntam-se a ele e iniciam a partida do Reino Abençoado para a Terra-Média. Finarfin, muda de ideia no meio do caminho, mas seus filhos, jovem e embriagados pelos juramentos de vingança do tio Feanör, continuam na marcha para o exílio.
Galadriel estabeleceu-se em Doriath, o domínio oculto onde Thingol residia com sua esposa Melian e sua filha Lúthien. Thingol era irmão do avô de Galadriel, Olwë. Galadriel apaixonou-se por Celeborn, um Príncipe de Doriath que era parente de Thingol. Galadriel e Celeborn casaram-se e viveram em Doriath durante grande parte da Primeira Era, apesar de Galadriel, às vezes, visitar seu irmão Finrod em seu domínio, Nargothrond.
A Guerra das Gemas, para recuperar as Silmarils, continuou por toda a Primeira Era. Todos os quatro irmãos de Galadriel foram mortos. Aegnor e Angrod morreram na Batalha das Chamas Repentinas, em 455. Finrod partiu com Beren em sua missão de conseguir uma Silmaril da coroa de Morgoth, mas eles foram capturados por Sauron, e Finrod foi morto em sua masmorra em 465. Orodreth assumiu o comando de Nargothrond e morreu defendendo-a na Batalha de Tumhalad em 495. Após Morgoth ser derrotado na Guerra da Ira, no final da Primeira Era, os Valar perdoaram os Noldor. Muitos deles retornaram para as Terras Imortais, mas Galadriel permaneceu na Terra-média com Celeborn. De acordo com uma história, Galadriel recusou o perdão dos Valar por orgulho. Em outra versão da história, Galadriel não foi incluída no perdão dos Valar por causa de seu papel de liderança na rebelião dos Noldor. Em ambos os casos, Galadriel ainda esperava governar um domínio na Terra-média. Galadriel e Celeborn provavelmente viveram algum tempo em Lindon, uma região costeira a oeste das Montanhas Azuis. No início da Segunda Era, é dito que eles cruzaram as Montanhas Azuis em direção a Eriador. Vários Elfos seguiram Galadriel e Celebron, incluindo Noldor, Sindar, e Elfos Verdes, e a eles juntaram-se Elfos itinerantes que viviam em Eriador. Eles devem ter se estabelecido por algum tempo por volta das margens do Lago Vesperturvo, ao norte da terra que mais tarde seria o Condado. A filha de Galadriel, Celebrían, deve ter nascido por volta desse período.
Galadriel é a elfa mais poderosa da terra-média. Seus feitos e conselhos ecoam em toda a obra de O Senhor dos Anéis. Altiva e poderosa, ela pode ser considerada uma entidade elevada, quase uma deusa. A última descendente da Alta-Linhagem dos Elfos, ela é notoriamente respeitada por todos os outros povos falantes da terra, pois ela é um link direto com o passado distante de Arda. Viveu entre os Valar, lutou com os seus irmãos, aceitou o trágico destino de sua espécie com honradez e coragem. E, no fim da Terceira Era do Sol, retornou para junto da graça dos Poderes, deixando a terra que tanto amou à mercê dos mortais. Pois ela tinha esperança nos homens. E o que é o homem, senão a esperança em si?
